terça-feira, 5 de maio de 2020


Antiguidade Clássica - Grécia


O termo Antiguidade Clássica refere-se a um longo período da História da Europa que se estende aproximadamente do século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do Império romano do ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. No eixo condutor desta época, que a diferencia de outras anteriores ou posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes, a Grécia e a Roma antigas.

Localização

A Grécia antiga compreendia uma região chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs (Grécia continental), a Península do Peloponeso (Grécia peninsular), as ilhas do Mar Egeu (Grécia Insular), além das colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica (Magna Grécia).

Divisão da história da Grécia

A história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos principais:
  • Pré-Homérico
  • Homérico
  • Arcaico
  • Clássico

Período Pré-Homérico

O período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em Creta, a maior ilha do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que, provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor.
Durante esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta. Os aqueus dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à civilização creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios  também chegaram a Grécia. De todos esses povos, o mais importante foi o dório, com características guerreiras, que deram novo rumo à História Grega. Os dórios destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia. Esses acontecimentos anunciaram um novo período da História da Grécia – o período Homérico.

O período homérico

A partir das invasões dórias teve início um período muitas vezes chamado de homérico, porque o conhecimento que se tem da sociedade grega da época se deve, em grande parte, a dois poemas – a Ilíada e a Odisseia -, atribuídos a Homero. A Ilíada narra a guerra de Troia, e a Odisseia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odisseu) em sua viagem de volta a Grécia após a conquista de Troia. Há muita discussão sobre a autoria desses poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca existiu e que esses teriam sido obras do passado coletivo grego, tendo sido transmitidos oralmente de geração em geração.
Com a invasão dória, um novo modelo social se implantou: a produção passou a ser de subsistência, com exploração da mão-de-obra familiar, auxiliada por uns poucos assalariados e escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato decaiu; as armas de bronze finalmente trabalhadas foram aos poucos sendo substituídas por artefatos grosseiros, feitos de ferro; e o sepultamento em magníficos túmulos foi substituído pela cremação simples.
Nesse período a população passou a se organizar em pequenas comunidades, cuja unidade básica era a família. Essa forma social é chamada de genos. Cada geno possuía seu próprio líder, seu culto religioso e suas leis.
Com o passar dos tempos, os genos foram se ampliando e acabaram dando origem a um outro tipo de organização da vida social e política – a polis, ou cidade-Estado que foi a característica do período seguinte da história grega.

Grécia Antiga

Período Arcaico

O período Arcaico inicia-se com a reunião dos genos em unidades políticas maiores, chamadas pólis ou cidades-Estados.
Nesse tipo de organização não existia um governo único, cada cidade-estado tinha suas leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e independente. O palácio do governo e os templos eram construídos em uma colina fortificada, a acrópole.
                                   
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era também onde os juizes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram Esparta e Atenas.

 Esparta: uma cidade militar
Esparta foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região chamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito áridas: o solo montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas condições adversas levaram os espartanos a conquistar terras férteis por meio de guerras.
O poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades militares. Apenas uma minoria participava das decisões políticas e administrativas – os esparciatas - que se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.
A vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos que haviam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se revoltassem. A necessidade de garantir o poder dos esparciatas e o medo de que ideias vindas de fora colocassem em xeque esse poder faziam com que as viagens fossem proibidas e os contatos comerciais fossem quase inexistentes. Esparta fechava-se em torno de si mesma, impondo aos seus habitantes um modo de vida autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.
A agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma camada de homens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta. Os escravos eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas.
Os jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suas famílias e se dirigiam para locais de treinamento militar.

Atenas e a democracia: o avesso de Esparta


Atenas, hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens do Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às novidades. A atividade comercial foi a base de sua economia e os atenienses praticaram intenso comércio com diversos povos.
A sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que eram grandes proprietários de terras. Contudo, o poder dos eupátridas era constantemente desafiado pelas camadas menos favorecidas e pelos comerciantes, que exigiam maior igualdade de direitos.
E por que esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas? Os pequenos proprietários, muitas vezes sem recursos. Viviam constantemente ameaçados pela escravidão por dívidas. Já os comerciantes, artesãos e assalariados urbanos, que eram chamados demiurgos, estavam excluídos das decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.
O resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon, um juiz ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi ampliado o direito de voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía.
Porém, as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da população continuou excluída das decisões políticas da pólis. A situação em Atenas não era nada calma com a pressão constante dos excluídos. Além disso, a cidade foi dominada pelo tirano (link dicionário) Pisistrato por mais de 30 anos.
Com o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas das camadas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e o direito de decisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos os homens livres e nascidos em Atenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida em demos, um tipo de distrito que elegia seus representantes para a assembleia. Esta, por sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar o conselho, responsável pelo governo da cidade.
Continuavam excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você pode observar, os benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos cidadãos, o que é diferente da democracia dos nossos dias.
A educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os atenienses acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem obrigatório, ficando a cargo da iniciativa particular. Os garotos entravam para a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de um pedagogo, com quem estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física. Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando completavam 18 anos, eram recrutados pelo governo para treinamento militar, que durava cerca de dois anos.
As mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais tratavam de casar logo as ilhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam sob o domínio total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio era o maior exemplo de virtude para representantes do sexo feminino.


Mitologia grega, Chronos engole seus filhos


EXERCÍCIOS

1. Sobre a economia da Grécia Antiga é verdadeiro afirmar que:



A - Os gregos nunca usaram moedas e toda economia era baseada no sistema de trocas.
B - Os gregos possuíam uma economia fechada, as relações comerciais eram restritas às cidades-estado gregas.
C - O trabalho assalariado era o mais comum na Grécia Antiga, pois o escravismo nunca foi adotado já que era proibido em todo território grego.
D - O comércio marítimo foi uma das principais atividades econômicas da Grécia Antiga.

2. Sobre a religião grega é falso afirmar que:

A - Os gregos antigos eram monoteístas, ou seja, acreditavam na existência de apenas um deus.
B - Os gregos antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses.
C - Os gregos antigos faziam consultas aos deuses no oráculo de Delfos.
D - Em homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses), os gregos criaram os Jogos Olímpicos.

3. Qual das alternativas abaixo aponta uma importante característica da cultura na Grécia Antiga?

A - As artes plásticas na Grécia Antiga não apresentou grande valor artístico, pois as esculturas e pinturas não eram realistas.
B - A arquitetura grega foi a principal manifestação cultura da Grécia Antiga, pois recebeu muita influência dos egípcios e mesopotâmicos.
C - O teatro foi uma importante manifestação cultural na Grécia Antiga. Nos anfiteatros, os atores gregos representavam comédias e dramas.
D - No campo cultural, os gregos se dedicaram quase que exclusivamente às danças e festas musicais.


4. Uma das principais cidades-estado da Grécia Antiga foi Esparta. Qual das alternativas abaixo apresenta características de Esparta?

A - Esparta foi uma cidade-estado que se dedicou muito no desenvolvimento intelectual e artísticos dos seus cidadãos.
B - Fundada pelos Dórios, Esparta era uma cidade-estado militarista e com uma sociedade estamental (pouca mobilidade social).
C - Esparta foi uma cidade pacífica, sendo que não se envolveu em nenhuma guerra em toda sua História.
D - Esparta foi fundada pelos jônios e teve no comércio marítimo e na indústria suas principais atividades econômicas.

fonte: www.sohistoria.com.br
          www.suapesquisa.com



domingo, 26 de abril de 2020

Colonização e Independência dos Estados Unidos


História da Independência dos Estados Unidos
Contexto histórico, Guerra dos Sete Anos, processo de independência dos EUA, causas e consequências.


Guerra de Independência dos EUA

Introdução (contexto histórico)

Antes da Independência, os EUA eram formados por treze colônias controladas pela metrópole: a Inglaterra. Dentro do contexto histórico do século XVIII, os ingleses usavam estas colônias para obter lucros e recursos minerais e vegetais não disponíveis na Europa. Era também muito grande a exploração metropolitana, com relação aos impostos e taxas cobrados dos colonos norte-americanos.

Resumo da colonização dos Estados Unidos

Para entendermos melhor o processo de independência norte-americano é importante conhecermos um pouco sobre a colonização deste território. Os ingleses começaram a colonizar a região no século XVII. A colônia recebeu dois tipos de colonização com diferenças acentuadas:

- Colônias do Norte: região colonizada por protestantes europeus, principalmente ingleses, que fugiam das perseguições religiosas. Chegaram na América do Norte com o objetivo de transformar a região num próspero lugar para a habitação de suas famílias. Também chamada de Nova Inglaterra, a região sofreu uma colonização de povoamento com as seguintes características: mão de obra livre, economia baseada no comércio, pequenas propriedades e produção para o consumo do mercado interno.

- Colônias do Sul: colônias como a Virginia, Carolina do Norte e do Sul e Geórgia sofreram uma colonização de exploração. Eram exploradas pela Inglaterra e tinham que seguir o Pacto Colonial. Eram baseadas no latifúndio, mão de obra escrava, produção para a exportação para a metrópole e monocultura.


Guerra dos Sete Anos

Esta guerra ocorreu entre a Inglaterra e a França entre os anos de 1756 e 1763. Foi uma guerra pela posse de territórios na América do Norte e a Inglaterra saiu vencedora. Mesmo assim, a metrópole resolveu cobrar os prejuízos das batalhas dos colonos que habitavam, principalmente, as colônias do Norte. Com o aumento das taxas e impostos metropolitanos, os colonos fizeram protestos e manifestações contra a Inglaterra.

Metrópole aumenta taxas e impostos


A Inglaterra resolveu aumentar vários impostos e taxas, além de criar novas leis que tiravam a liberdade dos norte-americanos. Dentre estas leis podemos citar: Lei do Chá (deu o monopólio do comércio de chá para uma companhia comercial inglesa), Lei do Selo (todo material impresso que circulava na colônia deveria ter um selo vendido pelos ingleses), Lei do Açúcar (os colonos só podiam comprar açúcar vindo das Antilhas Inglesas).


Estas taxas e impostos geraram muita revolta nas colônias. Um dos acontecimentos de protesto mais conhecidos foi a Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party). Vários colonos invadiram, a noite, um navio inglês carregado de chá e, vestidos de índios, jogaram todo carregamento no mar. Este protesto gerou uma forte reação da metrópole, que exigiu dos habitantes os prejuízos, além de colocar soldados ingleses cercando a cidade.

Primeiro Congresso da Filadélfia

Os colonos do Norte resolveram promover, no ano de 1774, um congresso para tomarem medidas diante de tudo que estava acontecendo. Este congresso não tinha caráter separatista, pois pretendia apenas retomar a situação anterior. Queriam o fim das medidas restritivas impostas pela metrópole e maior participação na vida política da colônia.

Porém, o rei inglês George III não aceitou as propostas do congresso, muito pelo contrário, adotou mais medidas controladoras e restritivas como, por exemplo, as Leis Intoleráveis. Uma destas leis, conhecida como Lei do Aquartelamento, dizia que todo colono norte-americano era obrigado a fornecer moradia, alimento e transporte para os soldados ingleses. As Leis Intoleráveis geraram muita revolta na colônia, influenciando diretamente no processo de independência.

Segundo Congresso da Filadélfia


Em 1776, os colonos se reuniram no segundo congresso com o objetivo maior de conquistar a independência. Durante o congresso, Thomas Jefferson redigiu a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América. Porém, a Inglaterra não aceitou a independência de suas colônias e declarou guerra. A Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.

Constituição dos Estados Unidos

Em 1787, ficou pronta a Constituição dos Estados Unidos com fortes características iluministas. Garantia a propriedade privada (interesse da burguesia), manteve a escravidão, optou pelo sistema de república federativa e defendia os direitos e garantias individuais do cidadão

Assinatura da Constituição dos Estados Unidos da América em 17 de setembro de 1787.

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




EXERCÍCIOS

1. Qual das alternativas abaixo apresenta importantes causas da Independência dos EUA (1776)?

A - Comércio das colônias americanas com outros países e a proibição da prática da agricultura.
B - O poder que a Inglaterra (metrópole) exercia sobre sua colônia, através da fiscalização, altas taxas e impostos e leis que tiravam a liberdade dos habitantes.
C - Proibição das práticas religiosas nas colônias americanas.
D - Relações comerciais entre Inglaterra e França que não eram aprovadas pelos habitantes das colônias americanas.

2. Qual das alternativas abaixo apresenta três leis criadas pela Inglaterra e aplicadas nas colônias americanas, que geraram forte descontentamento entre os colonos e influenciaram no processo de Independências dos EUA?

A - Lei da Água, Lei do Café e Lei do Trabalho Escravo.
B - Lei do Milho, Lei do Algodão e Lei da Soja.
C - Lei da Indústria, Lei dos Sapatos e Lei dos Tecidos.
D - Lei do Chá, Lei do Selo e Lei do Açúcar

3. O que foi a Festa do Chá de Boston (The Boston Tea Party) ?

A - Festa realizada entre colonos americanos e marinheiros ingleses, como forma de comemoração pela Independência dos Estados Unidos.
B - Protesto organizado por escravos americanos contra o domínio inglês e as péssimas condições de trabalho.
C - Protesto ocorrido em Boston, realizado por colonos americanos contra a Inglaterra. No evento, vários colonos americanos jogaram ao mar o carregamento de chá de um navio inglês.
D - Movimento social e político ocorrido nas colônias americanas, organizado por trabalhadores com o objetivo de implantar um reinado inglês em território colonial.
  
4. Qual foi o principal documento elaborado no contexto da Independência dos Estados Unidos e quem foi seu redator?

A - Declaração de Independência dos Estados Unidos da América redigida por Thomas Jefferson.
B - Declaração de Independência dos Estados Unidos da América redigida por George Washington.
C - Constituição dos Estados Unidos da América, redigida por Thomas Jefferson.
D - Lei Federal das Treze Colônias, redigida por Abraham Lincoln.
  
5. Qual das alternativas abaixo apresenta uma importante característica do processo de Independência dos EUA?


A - O processo de independência foi pacífico, pois a Inglaterra reconheceu de imediato (em 1776) a independência dos EUA.

B - A Inglaterra não aceitou a independência das colônias americanas. Houve a Guerra de Independência, que ocorreu entre 1776 e 1783, foi vencida pelos Estados Unidos com o apoio da França e da Espanha.
C - Para evitar a independência de suas colônias norte-americanas, a Inglaterra contou com o apoio militar da Espanha, França e Holanda.
D - A Independência dos Estados Unidos não recebeu nenhuma influência do Iluminismo.