terça-feira, 1 de março de 2011

Feudalismo parte 1

Tema I
A europa feudal



- a religião cristã era muito importante. As pessoas jejuavam vários dias durante o ano, algumas assistiam a duas ou três missas por dia. O sofrimento era suportável e a morte não era temida, pois acreditavam na salvação eterna;
- a nobreza vivia em castelos, mas os pobres se amontoavam em casebres nas cidades ou em choupanas no campo;
- comia-se, geralmente, com as mãos. A nobreza usava faca e colher. O garfo só era usado para espetar carne. A cozinha dos castelos, por exemplo, era escura por causa da fuligem . Nela, era comum o mau cheiro e cães perambulando livremente em meio à sujeira;
- as mulheres  geralmente ficavam em suas casas – fossem estas castelos ou choupanas – cuidando dos filhos, da cozinha, submissas ao pai e depois ao marido. Pouquíssimas sabiam ler e escrever. Algumas das famílias mais pobres trabalhavam nas tabernas e na lavoura;
- havia muitas regras relativas a sexualidade. Quase tudo era considerado pecado e as pernas eram severas. A pena de morte era aplicada em vários casos como punição aos atos considerados errados ou criminosos, como a bigamia;
- foi também uma época de muitas realizações materiais (construção de igrejas, castelos e palácios e desenvolvimento do comércio, da agricultura etc.) e culturais. Foi nesse período que as línguas européias modernas – como o português, o inglês, o francês, o italiano, o espanhol e outras – começaram a se formar.



A seguir, veremos como se construiu a chamada Idade Média.
     Como estudamos no ano interior, no século V diversos povos invadiram o Império Romano do Ocidente, especialmente os germânicos. Nasceram, assim, diversos reinos, como o dos ostrogodos, dos visigodos, dos vândalos, dos francos etc. Esses reinos caracterizam-se pela instabilidade política e pela curta duração.
     No século VI, os bizantinos (Império Romano do Oriente) reconquistaram parte da Itália, do norte da África e da Península Ibérica. Mas logo entraram na Europa os árabes convertidos ao islamismo, que venceram os visigodos e dominaram grande parte de onde hoje é Portugal e Espanha.
     Nessa época, ganhou destaque o reino dos francos, que, no século VIII, no  reino de Carlos Magno, restabeleceram uma certa unidade ao mundo ocidental.
     Após o século V, acelerou-se o processo de fusão romano-germânica, como destaca em medievalista:     “Entretanto, seria um engano crer que o fim do império signifique a substituição completa das estruturas sociais e culturais de Roma por um universo importado, próprio dos povos germânicos. Mais do que isso, constata-se um processo de convergência e de mistura do qual as elites romanas locais são, sem nenhuma dúvida, os atores principais. Elas compreendem que lhes é possível manter suas posições sem o apoio de Roma, desde que consistam em compor minimamente com os chefes de guerra germânicos (...). Essa fusão cultural Romano-germânica é um dos traços fundamentais da Alta Idade Média e foi, sem dúvida, entre os francos que teve maior êxito,  que é um dos ingredientes da sua expansão. Essa fusão é, de resto, precocemente ilustrada pelo selo de Childerico (falecido em 481), o pai de Clóvis, no qual o rei aparece retratado com ao longos cabelos do chefe de guerra franco caindo dobre as pregas de uma toga romana”.
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006. Pg.53.


     Um outro traço essencial desse período foi o declínio das cidades. Por exemplo, Roma, que no auge do império apresentava uma população de 1 milhão de habitantes, no séc. VI, tinha em torno de 50 mil pessoas.
     Ocorreram profundas transformações das estruturas sociais, especialmente no campo, com o desaparecimento da escravidão produtiva, porém a escravidão doméstica continuou existindo, não só de prisioneiros de guerra, da pirataria, da prole da família escrava, como também, a escravidão por dividas.
 
     “Uma outra sobrevivência dos tempos antigos, que coloca novos servidores domésticos na dependência dos senhores, é a escravidão por dividas de que algumas formas, provavelmente sem nunca atingirem uma grande amplitude, conservam-se ao longo de todo o período medieval, nas regiões mediterrânicas (...).”
HEERS, Jacques. Escravos e servidão doméstica na Idade Média. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1983. P.18


   Há divergências entre os historiadores sobre as causas do declínio da escravidão. Uma delas pode ter sido o alto custo da manutenção da mão de obra escrava.
     Como veremos adiante, o que predominou durante a Idade Média foi o regime de servidão. O servo era um camponês que, dispondo de instrumento de trabalho e podendo usar a terra, estava ligado a um senhor por toda espécie de compromissos pessoais e tributos.