quinta-feira, 28 de junho de 2012

A Era dos Impérios ERIC J. HOBSBAWM


A Era dos Impérios (1875-1914). 
Era das Revoluções (1789-1848)
A Era do Capital (148-1875)
A Era dos Impérios (1875-1914)


- Com as três obras o autor pretende explicar o século XIX e seu lugar na história.
Explicar aquele mundo por qual passava por um processo de transformação revolucionária.
“Localiza AS RAÌZES de nosso presente no solo do passado”.

“A história é sempre a incompleta e problemática reconstrução do que já não existe [...] a História é uma representação do passado” Pierre Norra.

 - Em 1914: Gandhi tinha 45; Lênin tinha 44 anos; Churchill (40 anos); Stalin tinha 35 anos; Keynes tinha 32anos; Roosevelt tinha 30 anos; Hitler tinha 25 anos; Mao Tse-tung (21 anos); Charles de Gaulle (20 anos); Mussolini (13 anos).

A Era dos Impérios foi a mais significativa na formação do pensamento moderno p. 16.

A Era dos Impérios exige desmistificação. Pois, não sabemos o quanto dela ainda vive em  nós.p. 19.

- As pessoas no final do século XX ainda estavam envolvidas com o período que se encerrou em 1914.
A origem de parte do que caracteriza o final do século XX, ainda são os 30 anos que antecederam a 1º Guerra Mundial p. 20.

- Belle Époque: representa os encantos da memória (da elite), é a versão elitista do período.

O eixo central em que foi organizada a história do século XIX foi o triunfo e a transformação do capitalismo liberal p. 23.

- (Obstáculos que se opunham ao progresso burguês durante os anos 1848-70)

a)      Antigo Regime;
        b) Economia Fechada;- Durante o período, as contradições do capital não estavam plenamente visíveis.- Foi um período de estabilidade social dentro da zona de economias industriais desenvolvidas. Ou seja, os pobres foram controlados.

A Era dos Impérios
foi um período de PAZ sem paralelo no mundo ocidental, que gerou uma Era de Guerras Mundiais igualmente sem paralelo p. 24.

Foi essa Era que gerou em sua PERIFERIA as forças da rebelião e revolução que a tragariam. - Após a primeira guerra o mundo viveu o grande medo: de uma segunda guerra. -

Era dos Impérios

Movimento das massas organizadas da classe dos trabalhadores assalariados emergiu exigindo a derrubada do capitalismo. O movimento operário emergiu em economias prósperas. Nesse período, a DEMOCRACIA liquidou o LIBERALISMO BURGUÊS enquanto força política.
(p. 25)


A Era dos Impérios representou o avanço do mundo burguês liberal rumo a sua morte estranha.

- MORTE ESTRANHA: pois aconteceu em seu apogeu. O progresso revelou as contradições inerentes ao sistema.

A civilização criada pela e para a burguesia liberal ocidental não era uma forma permanente do mundo industrial moderno. Era apenas uma fase de seu desenvolvimento P. 26.

Durante o período o desenvolvimento do mundo se identificou ao da sociedade liberal burguesa do século XIX.

- A revolução que vigora na memória do mundo não é mais a francesa.- O mundo econômico se transformou de tal monta que se tornou IRRECONHECÍVEL. Isso exigiu que os teóricos inventassem novos CONCEITOS. A sociedade não era mais liberal.

- A Era dos Impérios:

Parecia antecipar e preparar um mundo qualitativamente diferente do passado. (p. 27).- Vivia-se o centenário da revolução francesa.

Não há como voltar ao mundo da sociedade liberal burguesa [...] ele agora pertence à História. p. 27.

- 1880: a) numericamente maior do que o mundo de 1780 e geograficamente menor;

 b) a Europa era a região mais importante da economia mundial. Foi o século mais europeu que se conhece.

c) O mundo subdesenvolvido eram colônias ou ex-colônias.

d) ALTA TAXA DE MIGRAÇÃO: válvula de escape que mantinha a pressão social abaixo do ponto de rebelião.- A Revolução Industrial contribuiu para a guerra.- INDÚSTRIA: critério de desenvolvimento de MODERNIDADE. (p.40).

- Os países desenvolvidos eram ainda essencialmente agrícolas p. 40.

- No entanto, passavam por um rápido processo de urbanização. Desenvolvimento no mundo capitalista nãocombina com vida rural.-
A IGUALDADE REAL convivia com a IGUALDADE JURÍDICA.
O que define o século XIX era a MUDANÇA em função das regiões dinâmicas (núcleo do capitalismo desenvolvido) p. 46.

A história linear e cronológica parecia sinônimo de progresso

. O homem genérico aumentava sua capacidade de transformar a natureza.

Era na TECNOLOGIA e em sua consequência mais óbvia, o crescimento da produção material e da comunicação, que o PROGRESSO era mais evidente p. 47.

As ferrovias constituía o esforço de construção pública mais importante já empreendido pelo homem p. 48.

- MAQUINA (feita de ferro) era movida a VAPOR (carvão como fonte de energia)

- No mundo desenvolvido, o PROGRESSO era distribuído de forma desigual.

- A ciência tentou mostrar que era desenvolvido, pois tinham raças geneticamente superiores, mais eficientes,biologicamente mais evoluídas.

A grande depressão fechou a longa era de liberalismo econômico p. 63.

- O Liberalismo favoreceu os países manufatureiros. - Nação e Liberalismo passaram a desdizerem-se mutuamente.

O LIBERALISMO foi a anarquia da burguesia p. 66.
- O liberalismo econômico foi bom para os Estados Nacionais que tinham força de protegerem suas economias da concorrência externa.

O protecionismo expressava uma situação de concorrência econômica internacional p. 68.
- O PROTECIONISMO (1880-1914) incentivou as indústrias nacionais. A produção aumentou mais do que no período liberal.

O Cartel avançou às custas da concorrência de mercado

O taylorismo não se difundiu na Europa antes de 1914p.71.

TAYLORISMO: Forma eficiente de controlar todo o processo de produção;Isola o trabalhador do grupo; Divisão sistemático-cronometrada de cada processo; Diferenciação salarial = premia quem produz mais.- Quando o Mundo entrava em depressão as potências repartiam entre si as colônias.

- IMPERIALISMO: pressão do capital por investimentos mais lucrativos e busca de mercados para escoar mercadorias produzidas.

A economia estava estruturada para transferir a pressão do capital por lucros aos operários p. 76.

A ERA DOS IMPÈRIOS foi essencialmente caracterizada pela rivalidade entre os estados    p. 80.

- POLÍTICA EXPANSIONISTA: conquista de colônias.- A expansão colonial é um subproduto da expansão comercial.
- BELLE ÉPOQUE: 1890-1914.
Coincidentemente a fase demonstrou uma queda do valor dos salários = explosão social. (Telefone, bicicleta, telégrafo, cinema, automóvel).- A rivalidade política entre os estados se juntou com as rivalidades entre os empresários nacionais.
As economias modernas amplamente controladas, organizadas e dominadas pelo Estado foram produto da primeira guerra mundial p. 84.

- Para a classe operária, as décadas que precederam 1914 não figuram como uma idade de ouro p. 85.

 Para os ricos, o pós Belle Époque representou um paraíso perdido.

Cap. 3
 – 
A Era dos Impérios (p. 87).

“Era muito provável que uma economia mundial cujo ritmo era determinado por seu núcleo capitalista desenvolvido ou em desenvolvimento se transformasse num mundo onde os avançados dominam os atrasados”

Em suma,num mundo de impérios” p. 87.

 - O período é assim chamado por caracterizar um imperialismo moderno.
“Foi o período da história mundial moderna em que chegou ao máximo o número de governantes que se autodenominavam imperadores”  p. 88.

“Num sentido menos superficial, o período que nos ocupa é obviamente a era de um novo tipo de império, o colonial” p. 88.

 - Desde a Idade Moderna a supremacia Ocidental era notável, no entanto, até então não havia nenhuma tentativa sistemática de traduzi-la em conquista formal, anexação e administração.

- Com exceção da Europa e América, o mundo foi formalmente dividido.- As vítimas do processo foram os antigos impérios europeus pré-industriais sobreviventes da Espanha e Portugal.

- A áfrica e o pacífico foram completamente divididos.

- Na América Latina, a dominação econômica foi realizada sem a conquista formal.
“As Américas constituíam a única região importante do globo onde não houve rivalidade séria entre grandes potências” p. 91.

- A Doutrina Monroe

1 - estava em desenvolvimento.
“Essa repartição do mundo entre um pequeno número de Estados, que dá título ao presente volume, foi a expressão mais espetacular da crescente divisão do planeta em fortes e fracos” p. 91.


“Entre 1976 e 1015, cerca de um quarto da superfície continental do globo foi distribuído ou redistribuído, como colônia, entre meia dúzia de Estados”p. 91.

- 1880: representava uma nova fase no padrão geral do desenvolvimento, notadamente diferente do mundo liberal (livre comércio\ livre concorrência).

O papel do Estado passou a se consolidar.

- Interpretação heterodoxa: o período representou mais uma fase de desenvolvimento do capitalismo. P. 92.

- Em 1916, Lênin a conceitua de Imperialismo.

- O colonialismo é um dos aspectos dessa mudança mais geral. O conceito de imperialismo faz alusão ao colonialismo.

“Era um termo novo para designar um fenômeno novo” p. 92.

 - No entanto, há que defendia que o fenômeno era antigo.

“O cerne da analise leninista era que as raízes econômicas do novo imperialismo residiam numa nova etapa específica do capitalismo que levava à divisão territorial do mundo entre as grandes potências capitalista” p. 93.

- O capitalismo monopolista conduziu ao colonialismo.

- Os pensadores não marxistas negaram a conexão entre o imperialismo com o capitalismo, ou com uma etapa específica dele. Negou que o imperialismo beneficiasse os imperialistas.

Negou que a exploração das zonas atrasadas fosse, de alguma forma, essencial ao capitalismo.

- O maior fato do século XIX foi a criação de uma economia global única. Sem ela, não dá para entender as disputas imperialistas.

“As minas eram os principais pioneiros da abertura do mundo ao imperialismo, muito eficazes nesse papel, porque os lucros eram suficientemente excepcionai para justificar também a construção de ramais de ferrovias” p. 97.

 - A função das colônias era complementar as economias metropolitanas.

- CAUSAS:
a) pressão do capital por investimentos mais rentáveis do que os realizados em seus países de origem (o imperialismo tem a ver com a exportação de capital);

b) a procura por mercados; c) o protecionismo das grandes potências.

“O Novo Imperialismo foi o subproduto natural de uma economia internacional baseada na rivalidade entre várias economias industriais concorrentes, intensificada pela pressão econômica dos anos 1880” p. 101.

 - O protecionismo é a economia operando com a ajuda da política.- Motivos econômicos para a aquisição de territórios coloniais gerou ação política imperialista.

- O Capitalismo de 1860 é diferente do de 1880. O último é marcado por economias nacionais rivais,protegendo-se uma das outras.

“Para evitar a guerra civil era preciso se tornar imperialista” Cecil Rhodes.

- Os defensores argumentavam sobre os benefícios do imperialismo para os operários metropolitanos.

- Devemos nos orgulhar da revolução industrial? Do imperialismo que ela gerou?

“O impacto econômico do imperialismo foi significativo, mas mais significativa foi sua profunda desigualdade, pois as relações entre metrópoles e países dependentes eram altamente assimétricas” p. 110.

“O que o imperialismo trouxe às elites efetivas ou potenciais do mundo dependente foi, portanto, essencialmente a OCIDENTALIZAÇÃO” p. 115.

- As sociedades não-européias eram tratadas como inferiores.
“O triunfo imperial gerou um tempo de incertezas”p. 122.

- O imperialismo leva ao parasitismo do centro?

domingo, 10 de junho de 2012

Mesopotâmia


As grandes civilizações e suas organizações

As primeiras civilizações se formaram a partir de quando o homem descobriu a agricultura e passou a ter uma vida mais sedentária, por volta de 4.000 a.C. Essas primeiras civilizações se formaram em torno ou em função de grandes rios: A Mesopotâmia estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a Índia ao Indo, a China ao Amarelo.
Foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações. Tempos depois foram se desenvolvendo no Oriente outras civilizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais.

Mesopotâmia: o berço da civilização

A estreita faixa de terra localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia, que significa “entre rios” (do grego, meso = no meio; potamos = rio). Essa região foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos mesopotâmicos. Sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns desses povos.
Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.

Os sumérios (4000 a.C. – 1900 a.C.)

Foi nos pântanos da antiga Suméria que surgiram as primeiras cidades conhecidas na região da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Nipur.

Os povos da Suméria enfrentaram muitos obstáculos naturais. Um deles era as violentas e irregulares cheias dos rios Tigre e Eufrates. Para conter a força das águas e aproveita-las, construíram diques, barragens, reservatórios e também canais de irrigação, que conduziam as águas para as regiões secas.
Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento de um tipo de escrita, chamada cuneiforme, que inicialmente, foi criada para registrar transações comerciais.

A escrita cuneiforme – usada também pelos sírios, hebreus e persas – era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia, dificultando a representação de sentimento, ações ou idéias abstratas, com o tempo, os sinais pictóricos converteram-se em um sistema de sílabas. Os registros eram feitos em uma placa de argila mole. Utilizava-se para isso um estilete, que tinha uma das pontas em forma de cunha, daí o nome de escrita cuneiforme.

Quem decifrou esta escrita foi Henry C. Rawlinson, através das inscrições da Rocha de Behistun. Na mesma época, outro tipo de escrita, a hieroglífica desenvolvia-se no Egito.

Caracteres cuneiformes gravados na Suméria, por volta de 3200 a.C.
Na sociedade suméria havia escravidão, porém o número de escravos era pequeno. Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria, conhecidos como Acadianos, dominaram as cidades-estados da Suméria por volta de 2300 a.C.
Os povos da Suméria destacaram-se também nos trabalhos em metal, na lapidação de pedras preciosas e na escultura. A construção característica desse povo é a zigurate, depois copiada pelos povos que se sucederam na região. Era uma torre em forma de pirâmide, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo.
Os Sumérios eram politeístas e faziam do culto aos deuses uma das principais atividades a desempenhar na vida. Quando interrompiam as orações deixavam estatuetas de pedra diante dos altares para rezarem em seu nome.

Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da Suméria.

Os sumérios merecem destaque também por terem sido os primeiros a construir veículos com rodas.
As cidades sumérias eram autônomas, ou seja, cada qual possuía um governo independente. Apenas por volta de 2330 a.C., essas cidades foram unificadas.

O processo de unificação ocorreu sob comando do rei Sargão I, da cidade de Acad. Surgia assim o primeiro império da região.

O império construído pelos acades não durou muito tempo. Pouco mais de cem anos depois, foi destruído por povos inimigos.

Os babilônios (1900 a. C – 1600 a.C.)

Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando diversas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o rei Hamurabi, que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia.
Hamurabi impôs a todos os povos dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação, baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço, etc.) O Código de Hamurabi, como ficou conhecido, é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurabi desenvolveu esse conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.
Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.

Jardins Suspensos da Babilônia

Torre de Babel

Após a morte de Hamurabi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste.
                            

Os hititas (1600 a. C – 1200 a.C.)

Os Hititas foram um povo indo-europeu, que no 2º milênio a.C. fundaram um poderoso império na Anatólia Central (atual Turquia), região próxima da Mesopotâmia. A partir daí, estenderam seus domínios até a Síria e chegaram a conquistar a Babilônia.
Provavelmente, a localização de sua capital, Hatusa, no centro da Ásia Menor, contribuiu para o controle das fronteiras do Império Hitita.
Essa sociedade legou-nos os mais antigos textos escritos em língua indo-européia. Essa língua deu origem à maior parte dos idiomas falados na Europa. Os textos tratavam de história, política, legislação literatura e religião e foram gravados em sinais cuneiformes sobre tábuas de argila.
Os Hititas utilizavam o ferro e o cavalo, o que era uma novidade na região. O cavalo deu maior velocidade aos carros de guerra, construídos não mais com rodas cheias, como as dos sumérios, mas rodas com raios, mais leves e de fácil manejo.
O exército era comandado por um rei, que também tinha as funções de juiz supremo e sacerdote. Na sociedade hitita, as rainhas dispunham de relativo poder.

No aspecto cultural podemos destacar a escrita hitita, baseada em representações pictográficas (desenhos). Além desta escrita hieroglífica, os hititas também possuíam um tipo de escrita cuneiforme.
guerreiro hitita
Pictograma mostrando um guerreiro hitita.
Assim como vários povos da antiguidade, os hititas seguiam o politeísmo (acreditavam em várias divindades). Os deuses hititas estavam relacionados aos diversos aspectos da natureza (vento, água, chuva, terra, etc). 
Em torno de 1200 a.C., os hititas foram dominados pelos assírios, que, contando com exércitos permanentes, tinham grande poderio militar.
A queda deste império dá-se por volta do século 12 a.C.

Os assírios (1200 a. C – 612 a.C.)

Legenda: Painel de pedra que decorava o palácio do rei Assurbanipal, em Nínive, arqueiros assírios colocam em fuga um contingente de árabes montados em camelos.
Os assírios habitavam a região ao norte da babilônia e por volta de 729 a.C. já haviam conquistado toda a Mesopotâmia. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa região que hoje pertence ao Iraque.
Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam, impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam.
Empreenderam a conquista da Babilônia, e a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até atingirem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conheceu seu período de maior glória e prosperidade durante o reinado de Assurbanipal.
Assurbanipal foi o último grande rei dos assírios. Durante o seu reinado (668 - 627 a.C.), a Assíria se tornou a primeira potência mundial. Seu império incluía a Babilônia, a Pérsia, a Síria e o Egito.
Ainda no reinado de Assurbanipal, os babilônios se libertaram (em 626 a.C.) e capturaram Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do Império Assírio se acentuou, e o poderio da Assíria desmoronou. Uma década mais tarde o império caía em mãos de babilônios e persas.
O estranho paradoxo da cultura assíria foi o crescimento da ciência e da matemática. Este fato pode em parte explicado pela obsessão assíria com a guerra e invasões. Entre as grandes invenções matemáticas dos assírios está a divisão do círculo em 360 graus, tendo sido eles dentre os primeiros a inventar latitude e longitude para navegação geográfica. Eles também desenvolveram uma sofisticada ciência médica, que muito influenciou outras regiões, tão distantes como a Grécia.      

Os caldeus (612 a. C – 539 a.C.)

A Caldéia era uma região no sul da Mesopotâmia, principalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície mesopotâmica. A região da Caldéia é uma vasta planície formada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60 quilômetros em largura.

Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia. Esse império ficou conhecido como Neobabilônico ouSegundo Império Babilôncio. Seu mais importante soberano foi Nabucodonosor.

Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Além de estender seus domínios, foram feitos muitos escravos entre os habitantes de Jesuralém. Seguiu-se então um período de prosperidade material, quando foram construídos grandes edifícios com tijolos coloridos.


Em 539 a.C., Ciro, rei dos persas, apoderou-se de Babilônia e transformou-a em mais uma província de seu gigantesco império.

A organização social dos mesopotâmios

Sumérios, babilônios, hititas, assírios, caldeus. Entre os inúmeros povos que habitaram a Mesopotâmia existiam diferenças profundas. Os assírios, por exemplo, eram guerreiros. Os sumérios dedicavam-se mais à agricultura.
Apesar dessas diferenças, é possível estabelecer pontos comuns entre eles. No que se refere à organização social, à religião e à economia. Vamos agora conhecê-las:

A sociedade

As classes sociais - A sociedade estava dividida em classes: nobres, sacerdotes versados em ciências e respeitados, comerciantes, pequenos proprietários e escravos.
A organização social variou muito pelos séculos, mas de modo geral podemos falar:
  •  Dominantes: governantes, sacerdotes, militares e comerciantes.
  •  Dominados: camponeses, pequenos artesãos e escravos (normalmente presos de guerra).
  • Dominantes detinham o poder de quatro formas básicas de manifestação desse poder: riqueza, política, militar e saber. Posição mais elevada era do rei que detinha poderes políticos, religiosos e militares. Ele não era considerado um deus, mas sim representante dos deuses.
  • Os dominados consumiam diretamente o que produziam e eram obrigados a entregar excedentes para os dominantes

A religião

Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é, adoravam diversas divindades, e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, não acreditavam em recompensas após a morte, acreditavam em crença em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Seus deuses eram numerosos com qualidades e defeitos, sentimentos e paixões, imortais, despóticos e sanguinários.
Cada divindade era uma força da natureza como o vento, a água, a terra, o sol, etc, e do dono da sua cidade. Marduk, deus de Babilônia, o cabeça de todos, tornou-se deus do Império, durante o reinado de Hamurabi. Foi substituído por Assur, durante o domínio dos assírios. Voltou ao posto com Nabucodonosor.
Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divindades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia.

A vida cotidiana na mesopotâmia

Escravos e pessoas de condições mais humildes levavam o mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples: pão de cevada, um punhado de tâmaras e um pouco de cerveja leve. Isso era a base do cardápio diário. Às vezes comiam legumes, lentilha, feijão e pepino ou, ainda, algum peixe pescado nos rios ou canais. A carne era um alimento raro.
Na habitação, a mesma simplicidade. Às vezes a casa era um simples cubo de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeiras e argila comprimida. Esse tipo de telhado tinha a desvantagem de deixar passar a água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos normais era usado como terraço.
As casas não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. Os insetos eram abundantes nas moradias.
Os ricos se alimentavam melhor e moravam em casas mais confortáveis que os pobres. Mesmo assim, quando as epidemias se abatiam sobre as cidades, a mortalidade era a mesma em todas as camadas sociais.

Política e economia

A organização política da Mesopotâmia tinha um soberano divinizado, assessorado por burocratas- sacerdotes, que administravam a distribuição de terras, o sistema de irrigação e as obras hidráulicas. O sistema financeiro ficava a cargo de um templo, que funcionava como um verdadeiro banco, emprestando sementes, distribuído um documento semelhante ao cheque bancário moderno e cobrando juros sobre as sementes emprestadas.
 Em linhas gerais pode-se dizer que a forma de produção predominante na Mesopotâmia baseou-se na propriedade coletiva das terras administrada pelos templos e palácios. Os indivíduos só usufruíam da terra enquanto membros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sobre o controle do déspota, personificações do Estado, e dos templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acordo com as necessidades, alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina cidade-templo.
Administradas por uma corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses. Cada família recebia um lote de terra e devia entregar ao templo uma parte da colheita como pagamento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários.
Entre os sumérios havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente pequeno.  

A agricultura

A agricultura era base da economia neste período. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C. baseava-se na agricultura de irrigação. Cultivavam trigo, cevada, linho, gergelim (sésamo, de onde extraiam o azeite para alimentação e iluminação), arvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a grade e carros de roda;

A criação de animais

A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida.

O comércio

Os comerciantes eram funcionários a serviço dos templos e do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de matérias primas favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes.
As transações comerciais eram feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência de um comércio muito intenso deu origem a uma organização economia sólida, que realizava operações como empréstimos a juros, corretagem e sociedades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito.
O comércio foi uma figura importante na sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil provocou mudanças significativas, que acabaram por influenciar na desagregação da forma de produção templário-palaciana dominante na Mesopotâmia.

As ciências a astronomia

Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da astronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios astronômicos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estrelas e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minutos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus.

A matemática

Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As necessidades do dia-a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática.Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles conheciam os resultados das |multiplicações e divisões, raízes quadradas e raiz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também dividiram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas correspondentes às tábuas dos logaritmos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso;

A medicina

Os progressos da medicina foram grandes (catalogação das plantas medicinais, por exemplo). Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivinhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medicamentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgicos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exorcista, para expulsar os demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males.

As letras


Escrita cuneiforme gravada numa escultura do século XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris).
A linguagem escrita é resultado da necessidade humana de garantir a comunicação e o desenvolvimento da técnica.

A escrita

A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às necessidades de contabilização dos templos. Era uma escrita ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas começaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado.
As convenções eram conhecidas por eles, os encarregados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca mensagem de 20 metros de comprimento por 7 de Altura.
A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (antigo persa, elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana.

A Literatura era pobre

Destacam-se apenas o Mito da Criação e a Epopéia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói semi-deus, cujo objetivo era conhecer o segredo da imortalidade.

O Direito

O Código de Hamurabi, até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, não é original. É uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes.
Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas acusações e escravidão. Suas principais características são: Pena ou Lei de Talião, isto é, "olho por olho, dente por dente" (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido), desigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a posição social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco conhecido - os mushkhinum) e igualdade de filiação na distribuição da herança.
O Código de Hamurabi reflete a preocupação em disciplinar a vida econômica (controle dos preços, organização dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invocavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos.

Legenda: inscrição do Código de Hamurabi.

As artes

A mais desenvolvida das artes, porém não era tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos.

Escultura e a pintura

Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamentalmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigantesca e original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura.

A música e a dança

A música na Mesopotâmia, principalmente entre os babilônicos, estava ligada à religião.
Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: " Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus", seguindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel.
Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamentação: "aí de nós", exclamavam eles, relembrando os sofrimentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, acompanhavam essa recitação e no corpo desses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias "ua", "ui", "ua", sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la senão quando todos, em coro tivessem gemido bastante.
A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha.
O canto também tinha ligações com a magia. Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe.
A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc.
Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de Teerã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur).

O legado dos povos mesopotâmicos

Herdamos dos povos mesopotâmicos vários elementos de nossa cultura. Vejamos alguns:
  • o ano de 12 meses e a semana de 7 dias;
  • a divisão do dia em 24 horas;
  • a crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco;
  • a previsão dos eclipses.
  • o hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua;
  • a circunferência de 360 graus;
o processo aritmético das operações matemáticas; multiplicação, divisão, soma e subtração além de raiz quadrada e cúbica.