Antiguidade Clássica - Grécia
O termo Antiguidade Clássica refere-se
a um longo período da História da Europa que se estende aproximadamente do
século VIII a.C., com o surgimento da poesia grega de Homero, à queda do
Império romano do ocidente no século V d.C., mais precisamente no ano 476. No
eixo condutor desta época, que a diferencia de outras anteriores ou
posteriores, estão os fatores culturais das suas civilizações mais marcantes,
a Grécia e a Roma antigas.
Localização
A Grécia antiga compreendia uma região
chamada Hélade e ocupava o sul dos Bálcãs (Grécia continental), a Península do
Peloponeso (Grécia peninsular), as ilhas do Mar Egeu (Grécia Insular), além das
colônias na costa da Ásia Menor e no sul da Península Itálica (Magna Grécia).
Divisão da história da Grécia
A
história da Grécia é dividida, pelos historiadores, em quatro períodos
principais:
- Pré-Homérico
- Homérico
- Arcaico
- Clássico
Período Pré-Homérico
O
período Pré-Homérico corresponde ao apogeu e à decadência da civilização cretense, que se desenvolveu em
Creta, a maior ilha do Mar Egeu. Essa ilha era povoada por tribos que,
provavelmente, tenham vindo da Ásia Menor.
Durante
esse período, outros povos dirigiram-se a Grécia: os aqueus, que se
estabeleceram na Grécia continental e também na Ilha de Creta. Os aqueus
dominaram os cretenses por volta de 1400 a.C. dando origem à civilização
creto-micênica. Além dos aqueus, os jônios e os eólios também chegaram a
Grécia. De todos esses povos, o mais importante foi o dório, com
características guerreiras, que deram novo rumo à História Grega. Os dórios
destruíram a civilização creto-micênica e conquistaram a Grécia. Esses
acontecimentos anunciaram um novo período da História da Grécia – o período
Homérico.
O período homérico
A
partir das invasões dórias teve início um período muitas vezes chamado de
homérico, porque o conhecimento que se tem da sociedade grega da época se deve,
em grande parte, a dois poemas – a Ilíada e a Odisseia -,
atribuídos a Homero. A Ilíada narra a
guerra de Troia, e a Odisseia, as aventuras do herói grego Ulisses (Odisseu) em
sua viagem de volta a Grécia após a conquista de Troia. Há muita discussão
sobre a autoria desses poemas. Muitos estudiosos defendem que Homero nunca
existiu e que esses teriam sido obras do passado coletivo grego, tendo sido
transmitidos oralmente de geração em geração.
Com
a invasão dória, um novo modelo social se implantou: a produção passou a ser de
subsistência, com exploração da mão-de-obra familiar, auxiliada por uns poucos
assalariados e escravos; a arte e a escrita desapareceram; o artesanato decaiu;
as armas de bronze finalmente trabalhadas foram aos poucos sendo substituídas
por artefatos grosseiros, feitos de ferro; e o sepultamento em magníficos
túmulos foi substituído pela cremação simples.
Nesse
período a população passou a se organizar em pequenas comunidades, cuja unidade
básica era a família. Essa forma social é chamada de genos.
Cada geno possuía seu próprio líder, seu culto religioso e suas leis.
Com
o passar dos tempos, os genos foram se ampliando e acabaram dando origem a um
outro tipo de organização da vida social e política – a polis, ou cidade-Estado
que foi a característica do período seguinte da história grega.
Grécia Antiga
Período Arcaico
O
período Arcaico inicia-se com a reunião dos genos em unidades políticas
maiores, chamadas pólis ou
cidades-Estados.
Nesse
tipo de organização não existia um governo único, cada cidade-estado tinha suas
leis, seu governo, sua economia e sua sociedade própria e independente. O
palácio do governo e os templos eram construídos em uma colina fortificada, a
acrópole.
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era também onde os juizes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram Esparta e Atenas.
As pólis gregas possuíam uma arquitetura parecida. Na parte baixa ficava uma praça, a ágora, onde aconteciam as assembleias dos cidadãos e as transações comerciais. Era também onde os juizes da cidade julgavam os criminosos e onde se realizavam os festivais de poesias e os jogos praticados em honra aos deuses. As duas pólis mais importantes foram Esparta e Atenas.
Esparta
foi fundada pelos dórios por volta do século IX a.C. Situava-se em uma região
chamada Lacônia. As condições naturais da região onde ficava Esparta eram muito
áridas: o solo montanhoso e seco dificultava o abastecimento da cidade. Essas
condições adversas levaram os espartanos a conquistar terras férteis por meio
de guerras.
O
poder em Esparta era exercido por um pequeno grupo ligado às atividades
militares. Apenas uma minoria participava das decisões políticas e
administrativas – os esparciatas -
que se dedicavam única e exclusivamente à política e à guerra.
A
vida em Esparta girava em torno da guerra. Os espartanos temiam que os povos
que haviam conquistado se rebelassem; temiam também que os escravos se
revoltassem. A necessidade de garantir o poder dos esparciatas e o medo de que
ideias vindas de fora colocassem em xeque esse poder faziam com que as viagens
fossem proibidas e os contatos comerciais fossem quase inexistentes. Esparta
fechava-se em torno de si mesma, impondo aos seus habitantes um modo de vida
autoritário e de subordinação aos interesses do Estado.
A
agricultura, o artesanato e o comércio eram praticados pelos periecos, uma
camada de homens livres, mas sem direito de participar da política em Esparta.
Os escravos eram chamados de hilotas, pertenciam ao
Estado e trabalhavam para os esparciatas.
Os
jovens eram educados pelo Estado. Desde os sete anos deixavam as casas de suas
famílias e se dirigiam para locais de treinamento militar.
Atenas e a democracia: o avesso de Esparta
Atenas,
hoje a capital da Grécia, localizava-se no centro da planície Ática, às margens
do Mar Egeu. Foi o avesso de Esparta: teve uma vida urbana e aberta às
novidades. A atividade comercial foi a base de sua economia e os atenienses
praticaram intenso comércio com diversos povos.
A
sociedade ateniense era dominada pelos eupátridas, que
eram grandes proprietários de terras. Contudo, o poder dos eupátridas era
constantemente desafiado pelas camadas menos favorecidas e pelos comerciantes,
que exigiam maior igualdade de direitos.
E
por que esses segmentos desafiavam o poder dos eupátridas? Os pequenos
proprietários, muitas vezes sem recursos. Viviam constantemente ameaçados pela
escravidão por dívidas. Já os comerciantes, artesãos e assalariados urbanos,
que eram chamados demiurgos, estavam
excluídos das decisões políticas da pólis e também queriam participar delas.
O
resultado dessas pressões constantes foi uma reforma nas leis feita por Sólon,
um juiz ateniense. Por essa reforma, foi abolida a escravidão por dívidas e foi
ampliado o direito de voto, de acordo com a riqueza que cada um possuía.
Porém,
as reformas de Sólon só beneficiaram os comerciantes ricos. O resto da
população continuou excluída das decisões políticas da pólis. A situação em
Atenas não era nada calma com a pressão constante dos excluídos. Além disso, a
cidade foi dominada pelo tirano (link dicionário) Pisistrato por mais de 30
anos.
Com
o fim da tirania, foi Clistenes, um aristocrata preocupado com os problemas das
camadas populares, o responsável por uma nova reforma. Ampliou a participação e
o direito de decisão política para todos os cidadãos atenienses, isto é, todos
os homens livres e nascidos em Atenas, maiores de 18 anos. A cidade foi dividida
em demos,
um tipo de distrito que elegia seus representantes para a assembleia. Esta, por
sua vez, escolhia as pessoas que iriam integrar o conselho, responsável pelo
governo da cidade.
Continuavam
excluídos da pólis os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Como você pode
observar, os benefícios da democracia ateniense estavam reservados somente aos
cidadãos, o que é diferente da democracia dos nossos dias.
A
educação em Atenas era bastante diferente da adotada em Esparta. Os atenienses
acreditavam que sua cidade-Estado seria mais forte se cada menino desenvolvesse
integralmente suas melhores aptidões. O ensino não era gratuito nem
obrigatório, ficando a cargo da iniciativa particular. Os garotos entravam para
a escola aos 6 anos e ficavam sob a supervisão de um pedagogo, com quem
estudavam aritmética, literatura, música, escrita e educação física.
Interrompiam os estudos apenas nos dias de festas religiosas, e, quando
completavam 18 anos, eram recrutados pelo governo para treinamento militar, que
durava cerca de dois anos.
As
mulheres de Atenas estavam reservadas apenas as funções domésticas. Os pais
tratavam de casar logo as ilhas adolescentes, as quais, após núpcias, ficavam
sob o domínio total dos maridos. Nesse mundo masculino, ficar em casa e em silencio
era o maior exemplo de virtude para representantes do sexo feminino.
Mitologia grega, Chronos engole seus filhos
EXERCÍCIOS
1. Sobre a
economia da Grécia Antiga é verdadeiro afirmar que:
A - Os gregos
nunca usaram moedas e toda economia era baseada no sistema de trocas.
B - Os gregos
possuíam uma economia fechada, as relações comerciais eram restritas às
cidades-estado gregas.
C - O trabalho
assalariado era o mais comum na Grécia Antiga, pois o escravismo nunca foi
adotado já que era proibido em todo território grego.
D - O comércio
marítimo foi uma das principais atividades econômicas da Grécia Antiga.
2. Sobre a
religião grega é falso afirmar que:
A - Os gregos
antigos eram monoteístas, ou seja, acreditavam na existência de apenas um deus.
B - Os gregos
antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses.
C - Os gregos
antigos faziam consultas aos deuses no oráculo de Delfos.
D - Em
homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses), os gregos
criaram os Jogos Olímpicos.
3. Qual das
alternativas abaixo aponta uma importante característica da cultura na Grécia
Antiga?
A - As artes
plásticas na Grécia Antiga não apresentou grande valor artístico, pois as
esculturas e pinturas não eram realistas.
B - A
arquitetura grega foi a principal manifestação cultura da Grécia Antiga, pois
recebeu muita influência dos egípcios e mesopotâmicos.
C - O teatro
foi uma importante manifestação cultural na Grécia Antiga. Nos anfiteatros, os
atores gregos representavam comédias e dramas.
D - No campo
cultural, os gregos se dedicaram quase que exclusivamente às danças e festas
musicais.
4. Uma das
principais cidades-estado da Grécia Antiga foi Esparta. Qual das alternativas
abaixo apresenta características de Esparta?
A - Esparta foi
uma cidade-estado que se dedicou muito no desenvolvimento intelectual e artísticos
dos seus cidadãos.
B - Fundada
pelos Dórios, Esparta era uma cidade-estado militarista e com uma sociedade
estamental (pouca mobilidade social).
C - Esparta foi
uma cidade pacífica, sendo que não se envolveu em nenhuma guerra em toda sua
História.
D - Esparta foi
fundada pelos jônios e teve no comércio marítimo e na indústria suas principais
atividades econômicas.
fonte: www.sohistoria.com.br
www.suapesquisa.com
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