sexta-feira, 15 de julho de 2011

Feudalismo parte 2

Feudalismo 

O Feudo
Feudalismo - apogeu e queda Divisão do período feudal e suas características
Era crença comum na Idade Média que o mundo acabaria no ano 1000. Sabemos que isso
não ocorreu. Na verdade, essa época assinalou o ressurgimento do comércio e o início das
transformações gerais pelas quais a Europa passou ao longo do período que se iniciou no
século XII e se estendeu até o século XVI (época do descobrimento do Brasil).
Para compreendermos mais adequadamente a Idade Média, lembremos que ela é dividida
em Alta Idade Média e Baixa Idade Média. A Alta Idade Média - séculos V ao X -
caracterizou-se pela formação da sociedade medieval, que marcou a transição do
escravismo ao feudalismo. A Baixa Idade Média – séculos X ao XV - caracterizou-se pela
consolidação do feudalismo. O sistema feudal conheceu seu apogeu entre os séculos XII e
XIII, quando teve início uma crise geral e profundamente transformadora que conduziria ao
seu declínio, nos séculos XIV e XV.


Feudo era o local de produção dos bens necessários à sobrevivência da população.
Era constituído por castelos e vilas - as unidades de produção essencialmente agrícolas. A
economia feudal baseava-se na agricultura de subsistência, isto é, todos os bens produzidos
destinavam-se à manutenção dos habitantes dos feudos (senhores dos castelos e servos
produtores agrários). Naturalmente, numa economia desse tipo, voltada para a terra, o poder
econômico estava nas mãos dos grandes senhores feudais.
A propriedade da terra constituía a base do poder dos senhores feudais, que além disso
detinham o poder militar, judicial e político, e se reservavam o direito exclusivo de cunhar
moedas.
O grande proprietário de terras, chamado suserano, doava feudos a outro senhor de terras,
que se tornava vassalo.
A vassalagem consistia num contrato de deveres e obrigações mútuas entre o suserano e o
vassalo. Por esse contrato, o vassalo ligava-se ao suserano mediante os seguintes
compromissos:
a) auxílio militar obrigatório por um período aproximado de quarenta dias e durante as
guerras;
b) auxílio financeiro ao suserano, quando este participasse de cruzadas, e ao seu
primogênito, a fim de armá-lo para as guerras.


Em troca, o suserano se comprometia a proteger os vassalos e seus dependentes e a não
tirá-los das terras. Se o vassalo deixasse de cumprir as obrigações de vassalagem, poderia
ser expulso da terra. Além disso, quando o vassalo morria, seu primogênito tornava-se
também um vassalo, pagando ao suserano uma taxa de transmissão do poder sobre a terra.
Outra característica do feudalismo era o militarismo. O vassalo, depois de sagrado
cavaleiro, defendia os domínios do seu senhor. A educação de um jovem vassalo consistia
no fortalecimento físico, na habilidade do manejo das armas, na prática de cavalgar e caçar
e no treinamento para os torneios. Essa preparação militar era a condição fundamental para
se tornar um cavaleiro. As guerras constantes constituíam os meios concretos de se
aumentar as riquezas, pela conquista de novos territórios. A sociedade feudal dividia-se em
senhores e servos. Os primeiros administravam seus bens - castelos, armas, terras, cavalos -
, adquiridos pelas guerras, pelos saques, pelas revoltas. Os segundos cuidavam da
produção, lutavam nas guerras e protegiam os castelos senhoriais.
Mentalidade feudal: senhor de terras, Senhor Deus


Na Idade Média, o pensamento cristão, baseado na crença em um só Deus, senhor de todo
o universo, orientava a vida humana. No entanto, para melhor conhecer os desejos de Deus,
era necessário a mediação da Igreja Católica como intérprete "única e verdadeira" das
vontades divinas, pois "só a Igreja salvaria".
A Igreja, considerada como a representante dos ensinamentos de Cristo – com poderes de
expulsar demônios, curar doenças, e encarregada de espalhar a doutrina da salvação -,
dirigia o comportamento humano. Na visão da Igreja medieval, o excedente daquilo que se
produzia para a própria subsistência deveria ser "distribuído". E, embora condenasse a
usura e a especulação, durante o período feudal foi dona de cerca de dois terços das terras
européias.
A religiosidade norteava todas as atitudes dos homens daquela época. Assim, por
exemplo, quando o servo entregava sua produção a seu senhor, estava doando seu esforço
ao Senhor Deus; quando o senhor feudal doava terras ao Papa e à Igreja, também o fazia ao
Senhor Deus. E ambos seriam recompensados por isso. Essa ligação dos homens com o
poder divino, por intermédio da Igreja, caracterizou o teocentrismo. traço marcante do
feudalismo.
As lutas entre povos cristãos e povos bárbaros (predominantemente germânicos)
começaram no início da era cristã e só diminuíram por volta dos séculos IX e X (801 a
900). Durante esse período, iniciou-se uma interação econômica, política, social e cultural
entre os dois povos, com o predomínio do cristianismo sobre os cultos bárbaros. O
resultado dessa aproximação foi um aumento populacional que acabou por gerar a escassez
de alimentos. A produção agrícola insuficiente levou ao desenvolvimento de um pequeno
comércio de trocas entre os feudos. Mas isso não foi o bastante para suprir a população
européia. As lutas entre servos e senhores tornaram-se, assim, constantes. Os servos
reivindicavam aumento das terras para suas necessidades. Os senhores exigiam mais
produção.


Como resolver os problemas que causaram a falta de alimentos? Como evitar a crise
social, isto é, as revoltas servis provocadas pela precariedade da economia? Como impedir
o enfraquecimento político dos senhores feudais e da própria Igreja, que também tinha
servos nas suas terras?

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